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Abuso aos idosos: como identificar?

O abuso contra pessoas idosas é um problema muito grave que, segundo se estima, pode acontecer com até 10% das pessoas idosas, em todo o mundo. Apesar de grave e bastante comum, esse é na verdade um assunto pouco discutido.

Por esse motivo, em 2011, a ONU estabeleceu uma data, o dia 15 de junho todos os anos, como o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a pessoa idosa. É a data em que o mundo todo manifesta a sua oposição aos abusos e violências impostos contra as pessoas mais velhas.

O abuso contra essas pessoas pode acontecer de várias formas:

  • A negligência, mais comum, acontece quando os responsáveis pelo idoso deixam de oferecer cuidados básicos, como higiene, saúde ou proteção contra o frio ou o calor.
  • Já o abandono, também bastante comum, acontece quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis, governamentais ou institucionais, de prestarem socorro a um idoso que precisa de proteção. Pode ser considerado uma forma extrema de negligência.
  • A violência física, que se dá quando é usada a força para obrigar os idosos a fazerem o que não desejam, ferindo, provocando dor, incapacidade ou até a morte.
  • A violência psicológica ou emocional inclui situações como xingamentos, sustos, constrangimento, destruição de propriedade ou impedimento de que vejam amigos e familiares.
  • A violência financeira ou material, que é a exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e patrimoniais.

Mitos sobre o abuso contra pessoas idosas

Como muitos assuntos que são tabus, a violência contra pessoas de 60 anos ou mais está repleta de mitos. É importante revelar a verdade sobre cada um desses mitos comuns, também como forma de conscientização das pessoas sobre o tema.

Com esse objetivo, a Socidade Brasileira de Geriatria e Gerontologia divulgou uma lista de seis mitos relacionados ao assunto, que vale a pena conhecer:

  • Mito: a maioria dos casos de violência contra idosos acontece em instituições de longa permanência . Fato: isso não é verdade, a maior parte dos casos acontece em casa, praticada por familiares e pessoas próximas.
  • Mito: é fácil perceber quando um idoso está sendo abusado fisicamente . Fato: se algumas formas de violência, como chacoalhões e puxões de cabelo podem ser invisíveis, roxos na pele e outras marcas podem ser facilmente confundidos com lesões de pele ou resultado de quedas, ambos problemas comuns entre as pessoas dessa idade.
  • Mito: idosos com boa escolaridade não são facilmente enganados por golpistas . Fato: golpes contra essas pessoas são muito comuns, mesmo entre os mais capazes e instruídos – falsas ligações, falsos prestadores de serviços, pessoas que aparecem na porta de casa etc.
  • Mito: se o idoso nega o abuso, é porque não está acontecendo . Fato: motivos como medo de expor um familiar (que pratica a violência), vergonha e até mesmo culpa fazem com que muitos idosos mintam ou omitam ser vítimas de abuso.
  • Mito: a violência contra idosos é rara . Fato: infelizente, os abusos contra essas pessoas são muito comuns, podendo ocorrer em até 10% da população dessa faixa etária, nos Estados Unidos.
  • Mito: cuidadores somente são violentos se estiverem sob estresse . Fato: o trabalho do cuidador é realmente muito estressante. Mas isso não o isenta de responsabilidades, e mesmo de culpa, caso acabe praticando abusos contra uma pessoa idosa.

O que fazer ao desconfiar que um idoso pode estar sendo vítima de abuso

Apesar de muito comum, o abuso de pessoas idosas pode ser difícil de identificar. Por isso, preparamos essa lista de indícios de que o problema pode estar ocorrendo. Esteja atento se a pessoa idosa:

  • parecer deprimida, confusa ou largada
  • estiver isolada dos amigos e da família
  • apresentar lesões não explicadas, como arranhões, queimaduras ou cicatrizes
  • estiver suja, mal alimentada, desidratada, ou ainda mal medicada (tendo recebido uma dose maior ou menor do que o habitual de algum medicamento)
  • tiver escaras de decúbito (feridas na pele que acometem pessoas idosas acamadas que não são mobilizadas adequadamente)
  • apresentar alterações nos padrões de gastos ou mudanças significativas no saldo bancário

Então, se você desconfiar de abuso em função de uma ou mais das situações descritas, denuncie. Você pode:

– contatar uma unidade municipal de saúde próxima

– contatar uma delegacia

– ligar para o Disque 100 (Direitos Humanos)

– ligar para 190: Policia Militar (para situações de risco eminente).


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